quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

TECNOLOGIA


A criação da imprensa mudou o modo como o homem se relacionava com a cultura. O saber, antes trancado nos monastérios e acessível a pouquíssimos privilegiados, ganhou as ruas e nunca mais foi o mesmo. Para o bem e para o mal, que é assim que a vida funciona.

O livro relativamente barato disseminou as idéias e estas misturaram-se a tal ponto que é preciso perguntar-se constantemente: de onde vem isso? Quem está falando? E `a partir daí, escolher se há credibilidade, o que fazer com o que nos chega. O recurso "ignorar" é bem útil.

Faço esta regressão para sublinhar como, de fato, toda tecnologia que se torna popular muda a maneira como vivemos e somos. A fala, a roda, os meios de transporte, os de comunicação.
Exatamente agora, estamos em meio a uma mudança semelhante, em sua radicalidade, `a invenção dos tipos móveis.

Ninguém sabe direito que mundo a internet gestará mas já estamos a caminho. Como desconhecer que não é preciso sair de casa para se informar, contactar pessoas e empresas, fazer compras, ir a museus e países, trabalhar?

Ou então, ao contrário, ir para o Haiti e levar dentro de uma mochila pequena todo o equipamento necessário para mostrar com vídeo e áudio o que está acontecendo lá em tempo real para o mundo.

A tecnologia que fabricamos faz isto conosco: nos dá novas noções de tempo e espaço, modifica o jeito como nos comportamos e pensamos. Altera as possibilidades.

(Texto inspirado no livro "Os Meios de Comunicação Como Extensões do Homem", de Marshall McLuhan.)

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