quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Infraestrutura



Me chama a atenção o modo como alguns famosos falam de seus auxiliares domésticos. Os educados fazem referências carinhosas e dizem coisas como "a minha casa é muito bem cuidada pela fulana." Chegam a não acreditar quando amigos estrangeiros ricos não tem mais do que uma faxineira por não saberem lidar com uma pessoa de fora todos os dias dentro de suas casas. Há os que, como um ator, são cínicos, "eu moro aqui, não trabalho na minha casa".

Uma amiga ao fazer o doutorado em Barcelona, faxinava ela própria a casa para economizar a diária - que lá é expressiva - e poder ter outras despesas mais interessantes.

Este é o ponto. A nossa cultura não traduz apenas um passado escravocrata mas encarna um presente onde as relações de trabalho rendem uma ninharia para os que tem acesso a menos - educação, cultura, saúde, comida, moradia.

Se todos em casa colaboram nas tarefas (pais e filhos), fica menos pesado para cada um. E, sim, a diária de pessoas que prestam serviço de limpeza e afins deve valer a pena para os que trabalham.

Com relação aos filhos. Fico me lembrando do que li de um psicanalista - é preciso perseverar no papel de pai e mãe. Afinal, o bacana é se relacionar com a pessoa que veio de você e não ficar apenas administrando babá.

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